quinta-feira, 14 de outubro de 2010

In verbis

Preciso ler este trecho do Livro: O Valor do Amanhã, de Eduardo Giannetti, todos os dias! Lindíssimo!

"Os indivíduos perecem, mas a sociedade a que pertencem - obra aberta que une na mesma trama os valores dos mortos, dos vivos e dos que estão por vir - segue em frente.

O passado condiciona; o presente desafia; o futuro interroga. Existem três formas básicas por meio das quais podemos preencher com pensamento o vácuo interrogante do porvir. A previsão lida com o provável e responde à pergunta: o que será? A delimitação do campo do possível lida com o exeqüível e responde à pergunta: o que pode ser? E a expressão da vontade lida como desejável responde à pergunta: o que sonhamos ser?

As relações entre esses modos de conceber o futuro não são triviais. De um lado está a lógica: o desejável precisa respeitar a disciplina do provável e do possível. Mas, do outro, está o sonho. Se o sonho desprovido de lógica é frívolo, a lógica desprovida de sonho é deserta. Quando a criação do novo está em jogo, resignar-se ao provável e ao exeqüível é condenar-se ao passado e à repetição.

No universo das relações humanas, o futuro responde à força e à ousadia do nosso querer. A capacidade de sonho fecunda o real, reembaralha as cartas do provável e subverte as fronteiras do possível. Os sonhos secretam o futuro.”